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1. |
Cosmos da Alma
07:24
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O desenhar da realidade
Quando o tempo pára e a ilusão se desvanece com a perfeita cegueira.
Mergulhando no profundo inconsciente.
A majestosa obscuridade abre as portas do último ego.
Um candelabro de estrelas no oceano astral,
O desconhecido que se sente tão intimamente.
O pulsar primordial cuja carcere de carne não permitia experienciar,
O sopro do qual emana o existir e o inspirar que restitui a inexistência.
Purgando o veneno que corrompia a primogénita
Exilando a maldição que atormentava a quintessencia
A saudosa matéria que emano
No trono onde puramente crio
Suprimo galáxias que pintei com o meu sangue,
Cultivei as sementes da sabedoria esquecida no ser.
A fonte que brota com o cobrir do véu negro,
O manto no qual a vista se perdia nas ilusórias noites de verão,
Nuvens noctilúcias das quais o espirito é composto.
A minha alma é a essência do cosmos
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2. |
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A minha tempestuosa mente
Emparedada numa masmorra de carne
Atribulada de cruzes cefálicas
Mascarada de um imperial raiar do sol.
Luz tão ofuscantemente negra como o ar que respiro,
Translucida corrupção a qual a maldição presta vassalagem.
Um estandarte de agonia submetido ao silêncio
Cinzento ardor que se faz sentir no mar infinito,
Uma brisa carrega o diluvio.
O êxtase irrompe do húmus do meu ser.
O sol põe-se por fim no horizonte da vida
Astro que agora cintila ferozmente.
Estrelas dançam no lápis-lazúli,
Na dicotomia do tempo
Onde a tarde é sempre noite e esta o amanhecer.
Um meteorito que cai sem fim,
No para sempre sideral
Minhas cinzas no veludo cósmico,
Meu espirito no alfa e omega intemporal do regressar.
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3. |
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Sóbrio desta vida que me confunde,
No meu coração antigo sinto o pesar.
O meu espaço cada vez mais estreito,
A dor que se propaga,
O nada - oiço-o, no vazio que me consome.
As estrelas brilham como sempre,
E tudo se move indiferente a minha existência.
Sonhos agora ofuscados por uma névoa dilacerante
Minha vida frágil e cega,
A luz inalcançável.
Jaz no leito da tempestade,
Exorcizando o ser que teima em esperançar.
Manto cinzento de presença inigualável
Por mais que tudo contemple,
Este tudo não passa de nada.
Adormece o cintilar das estrelas
Tanto que lamentei e desejei o sentir e agora odeio-o.
Drena, sem fim, o conhecimento.
Chove e me reconheço nas gotas que se fundem na minha pele.
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4. |
Anoitecer dum Pulsar
07:07
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O seu colapsar...
O abismo anti-narcisista de sombras iluminadas,
Altar psíquico onde se eclipsa o movimento.
O temor destroçado pelo sonho imortal,
O belo entre os espinhos fracturantes da matéria.
Reunindo cada partícula da supernova
Eliminando cada átomo formando o derradeiro buraco negro.
Isento do existir,
O nada é tudo neste vácuo.
O eterno retorno da folha a árvore
Premeditação carismática suicida,
E o insuportável cansaço que lhe estigmatiza a alma.
A chave oculta materializa-se no tecido do cosmos,
A tenebrosa noite fantasmal cobre a luz que a cegava.
Amanhece por fim para a secreta realidade.
Terminou aquela amarga eternidade de uma fracção de segundo.
Desvanece para o nascimento,
Cria com o seu desaparecer.
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5. |
Antares
05:01
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Em ti me revejo no infinito rio negro.
Guias a minha presença por cúpulas celestiais.
Viajo somente com os sentidos,
Vislumbro a tua beleza
Tu que já transmigraste.
Que adquiriste o conhecimento supremo
Tua pura alma que olha pelo teu corpo
Cintilante reflexo de todo o ser
Sobre o teu trono flutuante
No majestoso peito do escorpião
Guardiã astral
Anciã dos céus nocturnos.
A estrela escarlate cintila em escorpião
Feiticeira ancestral.
Protetora do plano astral
O ego - alfa de escorpião.
A mãe primordial,
Vigilante do universo espiritual.
Antares!
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6. |
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O sonho devoluto nas profundezas ancestrais
Revelam a Era da transformação dos sombrios mundos.
Nos imprevisíveis cantos do desconhecimento
Em revolta sobre os constantes segredos da forma e contraste.
Partiram sobre dor e exaustão as consciências
Que nelas se misturaram as viagens hipersensíveis
Numa natureza em criação, evolução e revelação.
Em devaneio das trevas que se dissolvem
Corroídas de tremor e solidão.
Amanhece nas planícies imaginárias, o criador.
Nas brumas de um espaço sem nome,
Regem as luzes encadeares com exatidão.
Um perdido vasculha sobre a sua sombra
Em espera da resposta ao significado
Entre laços e odores vindos do infinito interior.
A Era da grande unificação rege a criação do criador
Que envolverá a supremacia das forças dos diversos mundos.
Destruirá a sua conduta existencial.
O obscuro apodera-se das crenças, virtudes e defeitos
Numa inexistência persistente e extravasada
Num devorar desses corpos lançados para os padrões sem fim
Que o conservará eternamente nas masmorras em conflito.
Era de uma unificação, Era de uma queda prescrita.
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